A Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) celebrou, na noite desta terça-feira, 18 de novembro, seus 48 anos de atuação em um evento marcado por reconhecimento, história e compromisso com o futuro da ciência na Amazônia. A celebração ocorreu no barco-obra da Bienal das Amazônias Sobre as Águas, ancorado na orla da UFPA, reunindo professores, reitores, gestores públicos, artistas e colaboradores da instituição.

Na abertura da cerimônia, o diretor executivo da FADESP, Roberto Ferraz Barreto, ressaltou a importância da data e o caminho percorrido pela Fundação desde sua criação, em 1977:

“A FADESP é uma Fundação que tem como foco principal valorizar o que desenvolvemos aqui na Amazônia, para nós mesmos e para o mundo. Sempre apoiamos os grandes projetos e as parcerias que estão ao nosso alcance. Somos uma instituição que cresceu muito nos últimos anos e que se consolida, cada vez mais, como referência. Hoje, não existe instituição de ensino superior que sobreviva sem uma fundação de apoio.”

Barreto também enfatizou a resiliência institucional ao longo de décadas:

“É muito importante, nos 48 anos da FADESP, celebrar a capacidade de atravessar turbulências, mudanças de conjunturas e planos de governo. Chegamos até aqui de forma saudável e respeitada pela comunidade científica, cumprindo nossa missão de apoiar as instituições públicas e federais do estado.”

Atualmente, A FADESP atua na gestão de projetos de pesquisa, ensino, extensão e inovação do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Evandro Chagas (IEC), Instituto Federal do Pará (IFPA), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). , ampliando sua capilaridade e fortalecendo o sistema de ciência, tecnologia e inovação da região.
O diretor finalizou destacando o papel essencial da equipe: “Não existe FADESP sem os colaboradores. Este aniversário é de todos nós.”

O evento também contou com a participação do reitor da UFPA,Gilmar Pereira da Silva; do reitor da Universidade Federal de Roraima e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), José Geraldo Ticianeli; da presidente do Centro Cultural Bienal das Amazônias, Lívia Condurú; e da secretária de Cultura do Estado do Pará, Úrsula Vidal. As autoridades destacaram a importância da Fundação para o desenvolvimento acadêmico, cultural e científico da região.

O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, celebrou a trajetória da instituição:
“Que alegria poder falar da FADESP, a nossa fundação de apoio às pesquisas na universidade. Uma instituição fazendo 48 anos que tem papel importante no fazer pesquisa na UFPA, porque trabalha no gerenciamento dos financiamentos captados pelos pesquisadores e atua nos projetos de extensão. É uma fundação extraordinária, à qual desejo muitos anos com muita substância na defesa da pesquisa e da Amazônia. É uma alegria festejar esses 48 anos no barco da Bienal das Amazônias, num momento tão importante.”

A presidente da Bienal das Amazônias, Lívia Condurú, reforçou a importância de uma Fundação de fomento em um território tão singular:
“Temos muito a comemorar com a FADESP, porque é para poucos ter, num território tão vasto como a Amazônia, uma fundação de amparo e pesquisa, sobretudo agora, na COP, quando tanto se fala sobre a Amazônia, mas tão poucos amazônidas falam sobre amazônidas. Quantas pessoas falam de nós sem nos consultar? Saúdo a FADESP porque ela possibilita que pesquisadores e pessoas que pensam cultura e ciência possam desenvolver seus projetos.”

Tradição: lançamento da Agenda e Calendário FADESP 2026

Como parte da programação do aniversário, foi lançada a nova Agenda e Calendário FADESP, uma tradição anual que reafirma o compromisso da Fundação com a valorização da arte e da produção cultural amazônica. A cada edição, um artista da região é convidado para criar uma obra original que represente a identidade, a sensibilidade e o território amazônico.

Para 2026, a criação ficou a cargo do artista visual Yan Bentes, natural de Juruti, no oeste do Pará. Yan apresentou uma obra inspirada nas constelações Tupi-Guarani, símbolos ancestrais que orientam o tempo e revelam, no céu, histórias, rituais e ciclos da natureza.

A ilustração traz Nhandecy, a Mãe Divina Guarani, como regente do universo, tecendo os fios da vida e da cultura. Ao seu redor brilham constelações como a Anta do Norte, a Ema, o Homem Velho e o Veado, que, segundo as tradições indígenas, marcam o ritmo das estações, da colheita, das águas e do clima.

Yan descreve o sentimento que guiou sua criação:
“Construí essa arte com muito amor e com muito respeito, porque, como aprendi na minha cidade, a gente tem que respeitar os povos que estiveram ali antes da gente. É importante que a gente possa ouvir quem sempre esteve aqui e cuida da natureza da melhor forma.”

Ele também reforça o simbolismo do céu na memória amazônica:
“O céu é um grande museu de todos nós. Ele nos conta histórias e é uma testemunha ancestral de nossas memórias.”

A FADESP mantém, assim, sua tradição de integrar arte, ciência e Amazônia em uma publicação anual que já se tornou referência entre pesquisadores, parceiros e colaboradores.

48 anos de compromisso com a ciência na Amazônia

Criada oficialmente em 18 de novembro de 1977, a FADESP nasceu da iniciativa da Universidade Federal do Pará para fortalecer a pesquisa científica e ampliar o alcance das ações acadêmicas. Desde então, tornou-se uma das instituições mais estratégicas para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural da região.

Quase meio século depois, a Fundação celebra sua trajetória reafirmando o compromisso que a guia desde o início: apoiar, incentivar e fortalecer a produção de conhecimento que transforma a Amazônia.