O governo do Estado do Pará lançou, oficialmente, a abertura de mais 350 vagas de ensino superior através do programa Forma Pará, executado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Profissional e Tecnologia (Sectet). As turmas serão abertas nas Universidades do Estado do Pará (UEPA) e Federal Rural da Amazônia (UFRA). O processo de seleção será realizado pela FADESP.
A cerimônia de lançamento foi realizada no Teatro Waldemar Henrique, no dia 13 de janeiro, com a presença de representantes do governo, da FADESP e das prefeituras contempladas. Os editais para a seleção através de Processo Seletivo Especial (PSE) ainda serão lançados com as regras e calendário de inscrição.
A previsão é que a UEPA oferte vagas para Enfermagem, em Curuçá, Licenciatura Plena em Ciências Naturais, em Bagre, e Tecnologia de Alimentos, em Mosqueiro (Belém). A UFRA deve ofertar vagas para Agronomia, em Goianésia, Mocajuba, Ourém e Ulianópolis.
Um terceiro edital ainda será lançado este semestre para turmas ofertadas pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As vagas serão para os municípios de Novo Repartimento, Direito, Engenharia Civil, Gastronomia, Geografia, Música e Serviço Social.
Durante a cerimônia, os discursos destacaram a importância da parceria para o funcionamento do programa, a necessidade de se investir na educação superior e os impactos positivos gerados pela interiorização da oferta para o desenvolvimento dos municípios.
O governador do Pará, Helder Barbalho, sustentou que a cooperação permite poupar recursos e esforços individuais, além de sobrepor dificuldades financeiras. Para ele, a experiência também deve estimular mais prefeituras a se integrarem.
“Sozinhos, não seremos capazes. Imaginar que a UFPA abra uma estrutura própria em cada um desses municípios, não só é inexequível por questões orçamentárias, como seria um equívoco de gestão”, pontuou.
O reitor da UFRA, professor Marcel Botelho, reconheceu essa dificuldade das instituições de ensino e acrescentou que apesar delas terem avançado na conceituação de seus cursos, também têm sofrido com a evasão gerada pela dificuldade do aluno se deslocar aos campi.
O prefeito de Curuçá, Jefferson Miranda, relatou a dificuldade vivida pela sua mãe, que precisava sair de casa de madrugada para se dirigir a outro município, onde o curso funcionava. Hoje, ele diz que as ações públicas voltadas à educação não representam custo e sim investimento.
A expectativa, na avaliação do titular da Sectet, professor Carlos Maneschy, é que a oportunidade de acesso ao ensino superior público e gratuito no próprio município tenha efeito sobre o desenvolvimento local. “A vida desses municípios não será a mesma e uma das tarefas da universidade é transformar a realidade das cidades onde ela está presente”, aposta.
O diretor em exercício da FADESP, professor Alcebíades Macedo, lembra que universidades como a UFOPA e a UNIFESSPA trilharam caminhos similares de expansão. É de se esperar, portanto, que os municípios onde o ensino passa a ser ofertado se estruturem para também alcançarem outro patamar de desenvolvimento a partir do conhecimento.
“A FADESP não poderia ficar de fora dessa parceria. É vocação da Fundação auxiliar nas ações de desenvolvimento do Estado, de forma eficiente e transparente”, disse.
Do ponto de vista da expansão, a meta do governo estadual é que a parceria permita que o número de vagas no ensino superior aumente 40% em quatro anos. O reitor da UEPA, professor Rubens Cardoso, diz que a cooperação que agora se amplia já permitiu a ampliação em 10%.