Barco-obra e centro cultural flutuante da Bienal das Amazônias ilumina o rio Guamá com arte e reflexão durante a Cúpula dos Povos.
O sol se põe e as luzes da Bienal das Amazônias Sobre as Águas se acendem. Com o rio Guamá iluminado, a arte flui, une-se à Cúpula dos Povos e atrai quem passa pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Em noite de estreia, na segunda-feira, 10, o grupo In Bust Teatro com Bonecos usou o convés do barco para apresentar o espetáculo “Aguar o Tempo”, uma travessia poética pelas ancestralidades amazônicas, que propõe uma reflexão sensível sobre a importância das águas como fonte de vida e memória coletiva.
“Neste espetáculo, conseguimos trazer os temas latentes discutidos na COP de forma poética e marcante, fazendo com que o público faça as suas próprias relações com as águas”, destacou a produtora do espetáculo, Cristina Costa.

O público foi convidado a consagrar as águas do mundo por meio de esferas translúcidas, um simbolismo poético para que todos se lembrem da importância das águas em nossas vidas.
A Bienal das Amazônias Sobre as Águas tem o patrocínio da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e integra a programação da orla universitária como espaço de convivência e criação. A programação ocorrerá até o dia 15 de novembro, com entrada gratuita (sujeita à lotação).
O Diretor Executivo da FADESP, professor Roberto Ferraz Barreto prestigiou o primeiro dia de eventos do barco-obra Bienal das Amazônias sobre as Águas e destacou a importância da movimentação cultural no ambiente acadêmico. “Essa orla está linda e deve ser usada para esse tipo de movimento mais vezes. Nada mais simbólico do que trazer uma bienal flutuante para dentro da universidade, uma proposta corajosa de mostrar a produção cultural da Pan-Amazônia”, disse.
Ainda que não integre a programação oficial da Cúpula dos Povos, a Bienal das Amazônias Sobre as Águas chega para mostrar o poder unificador da arte. “A cultura é um elemento que agrega a todos nós. Não precisamos concordar sobre os mesmos aspectos políticos, mas nos sentamos para ouvir uma música ou dançar juntos”, enfatizou Lívia Conduru, idealizadora e presidente da Bienal das Amazônias.
Nesta terça-feira (11), será exibido o filme “Manas”, com a presença da diretora Marianna Brennand. Filmado na Ilha do Marajó (PA), o longa mostra a história de uma jovem de 13 anos que decide romper o ciclo de violência que atravessa as mulheres de sua comunidade. A classificação etária do filme é de 16 anos. Até o dia 15 de novembro, a FADESP convida a todos a embarcar gratuitamente nesta travessia poética, provando que a arte, de fato, é o elemento mais poderoso para unir os povos.
